quarta-feira, 15 de julho de 2009

VILA NOVA DE GAIA - População Rural, População Urbana, Movimentos Pendulares.

Vila Nova de Gaia, tal como outras cidades das coroas metropolitanas de Lisboa e Porto, é também um bom exemplo de transformações demográficas relevantes. É assim, um concelho caracterizado por forte êxodo rural. A procura de melhores condições de vida associado à crescente afectação dos solos a outros fins que não os da agricultura, por um lado e o forte crescimento de outros sectores da actividade económica, principalmente, do sector terciário, teve como consequência, uma delas, a diminuição progressiva da população rural em detrimento da população urbana. Entre 1960-1991, a população agrícola do concelho passou de 4777 para 1130 pessoas. Uma redução superior a 75% (Fonte: J. Cabral Rolo (2003). População Rural e Agrícola ao longo do século XX. INIAP/EAN, Oeiras).
Outro fenómeno observável em Vila de Gaia é o do crescimento da sua população residente - com uma forte explicação fundada no progressivo processo de alteração e ocupação dos espaços para fins urbanos e em especial respondendo à função habitacional. Há medida que existe uma diminuição da população residente no concelho do Porto, assiste-se, em contraponto, ao crescimento do dos concelhos vizinhos. No período 1981-2001 enquanto o concelho do Porto apresentava uma diminuição de 20% na sua população residente, Vila de Gaia apresentava uma taxa de variação positiva de 28%. Este é também considerado um concelho “dormitório”, em que menos de 33% da sua população trabalha localmente. No trabalho (Áreas Metropolitanas – Vivências, Mobilidade e Qualidades de Vida – ISCTE – Julho de 2004), donde retirámos a informação anterior, podemos ler:
“O galopante crescimento urbano em Portugal corresponde a um crescimento da construção civil e de suburbanização, reflectindo-se numa ocupação desequilibrada, excessiva e indiscriminada do espaço e solos urbanos …à custa das condições ambientais, da desorganização e degradação do espaço urbano, concluindo na deterioração crescente da “qualidade das cidades” e, consequentemente, da qualidade de vida dos cidadãos”.
Uma das consequências da sua característica de cidade “dormitório” está relacionada com o movimento pendular das suas gentes. Movimentos justificados, principalmente, pelas deslocações casa/trabalho ou escola/casa. Esta realidade tem impacte na definição nas políticas de planeamento do espaço e dos transportes. Como exemplo recente, refira-se a implementação da rede de metropolitano do Porto. Na sua concepção e plano de crescimento, a análise destes movimentos pendulares, de/para/com os concelhos vizinhos do Porto, está sempre em “cima da mesa”.
Num trabalho académico de Março/2002 (Melo, C. – FEUP), é referido que ser possível relevar, na Área Metropolitana do Porto (AMP), “ … a predominância dos movimentos intraconcelhios, um relacionamento entre concelhos assente nas relações de contiguidade, a concentração em “horas de ponta”…. E também nele a autora refere a função fundamentalmente habitacional do concelho de Vila Nova de Gaia, como atrás salientamos.

Sá Pimenta

Um comentário:

  1. nda ver zuados ta tudo errado...

    gente nao copia pois ta tudo errado......


    otarios

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